Extensão dos prazos a 15 anos é "inconcebível"

O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse hoje em Bruxelas que a extensão dos prazos para os pagamentos dos empréstimos a Portugal e Irlanda será certamente inferior a 15 anos, acrescentando que basta uma solução "mais modesta".
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Falando no final de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), na qual os 27 chegaram a um acordo de princípio sobre o prolongamento das maturidades dos empréstimos, solicitado por Lisboa e Dublin, Vítor Gaspar comentou que a possível extensão por 15 anos "antecipada" na véspera pelo ministro irlandês é apenas "uma posição negocial, e não uma previsão do que será o resultado dessa negociação", sendo mesmo "inconcebível".

O ministro sustentou que o importante é "favorecer as condições que permitam o próximo passo" no processo de regresso pleno aos mercados de obrigações, designadamente a emissão bem sucedida de uma emissão a 10 anos, e afirmou que "15 anos não é um resultado que seja concebível no final desta negociação", não sendo sequer necessário que a extensão seja tão longa, pois "são possíveis soluções mais modestas" para conseguir o objetivo de "alisar as concentrações de amortizações de dívida".

Lembrando que o que está agora sobre a mesa é "um mandato para a 'troika', que irá analisar as condições necessárias para assegurar uma saída bem sucedida do programa", Vítor Gaspar apontou que o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, "conjeturaram que poderá ser possível" chegar a uma decisão já no conselho informal de ministros das Finanças da UE a 12 e 13 de abril em Dublin.

"Isso seria um excelente resultado", disse o ministro, que fez questão de agradecer aos seus parceiros o "apoio politico generalizado" concedido a Portugal e Irlanda.

"O apoio político dos nossos parceiros europeus tem uma grande importância para nós e dá-nos garantias de proteção contra riscos na evolução da economia europeia e mundial, sendo que estes mecanismos de seguro e proteção estão dependentes do nosso cumprimento das condições acordadas com os nossos credores internacionais", apontou.

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